É provável que sejam os mesmos criminosos, avalia ex-secretário nacional sobre assaltos 357032
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José Vicente da Silva Filho defende uma ação da Polícia da Federal com os estados para acabar com o ‘novo cangaço’

Há possibilidade que os mesmos criminosos do assalto a banco em Criciúma, cidade no sul de Santa Catarina, estejam envolvidos na ação realizada nesta quarta-feira, 02, em Cametá, no Pará. A avaliação é do coronel da reserva da Polícia Militar e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho. Para ele, considerando a organização da quadrilha, é provável que exista relação entre os responsáveis pelos crimes. “É provável que tenha os mesmos criminosos participando desse tipo de operação, que requer muita organização, requer o de informações privilegiadíssimas sobre concentração de numerário e dinheiro, principalmente do Banco do Brasil, que faz redistribuição para outros bancos. Há muitos pontos a serem considerados nesse tipo de ação que, apesar de raras, são preocupantes”, afirma. O episódio em Cametá também aconteceu na região central do município. Assim como o caso em Criciúma, os criminosos sitiaram cidade no interior paraense e fizeram moradores de reféns, assaltaram uma agência bancária e entraram em confronto com a polícia.
José Vicente avalia, no entanto, que as atuações para inibir estes modelos de crimes não devem partir exclusivamente dos municípios. Assim o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, que defendeu à Jovem Pan uma ação conjunta entre os estados, o ex-secretário fala sobre a necessidade de uma cooperação entre a Polícia Federal e outros entes da federação para acabar com o chamado “novo cangaço”. “É importante pensar no futuro e aí precisa uma coordenação de caráter nacional. E a Polícia Federal tem que fazer esse trabalho, que não é tão comum, mas é necessário. Isso vai desde o banco de dados nacional até o rastreamento de armas”, pontua, destacando a atuação nas fronteiros para coibir a entrada de armamento ilegal, da Receita Federal para rastreamento de lavagem de dinheiro oriundo do crime e da articulação de inteligência para montar esse “quebra cabeça”. “A montagem desse quebra cabeça depende de cooperação. É algo que não se vê no Brasil, a Polícia Federal articulando com os estados. É o momento de se colocar um subsistema de inteligência que foi criado com Fernando Henrique Cardoso e até agora está patinando.”
O coronal da reserva da PM finaliza explicando que, agora, após os episódios em Criciúma e Cametá, o primeiro trabalho da perícia será a coleta de dados, eventuais gravações e sinais em veículos para a identificação dos participantes. Segundo ele, “se a polícia tiver uma ação decisiva” o grupo de criminosos pode ser “desarticulado de vez”. O episódio desta quarta ocorrido no Pará foi o terceiro assalto a banco em 15 dias. O primeiro, realizado em Araraquara, no interior de São Paulo, aconteceu em 24 de novembro. Já o segundo roubo aconteceu na madrugada nesta terça-feira, 1º, na cidade catarinense de Criciúma. Até o momento, no entanto, as autoridades não afirmam se há relação entre os crimes.
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